As doenças sexualmente transmissíveis (DST's) são doenças causadas por vírus, bactérias ou outros micróbios que se transmitem, principalmente, através das relações sexuais sem o uso de preservativo com uma pessoa que esteja infectada, e geralmente se manifestam por meio de feridas, corrimentos, bolhas ou verrugas.
Algumas DST's podem não apresentar sintomas, tanto no homem quanto na mulher. E isso requer que, se fizerem sexo sem camisinha, procurem o serviço de saúde para consultas com um profissional de saúde periodicamente. Essas doenças quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves, como infertilidades, câncer e até a morte.
Usar preservativos em todas as relações sexuais (oral, anal e vaginal) é o método mais eficaz para a redução do risco de transmissão das DST, em especial do vírus da Aids, o HIV. Outra forma de infecção pode ocorrer pela transfusão de sangue contaminado ou pelo compartilhamento de seringas e agulhas, principalmente no uso de drogas injetáveis. A Aids e a sífilis também podem ser transmitidas da mãe infectada, sem tratamento, para o bebê durante a gravidez, o parto. E, no caso da Aids, também na amamentação.
O tratamento das DST melhora a qualidade de vida do paciente e interrompe a cadeia de transmissão dessas doenças.
Saiba mais sobre algumas doenças sexualmente transmissíveis :
Aids:
A AIDS, sigla em inglês para a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Acquired Immunodeficiency Syndrome), é uma doença do sistema imunológico humano resultante da infecção pelo vírus HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana - da sigla em inglês).
A AIDS se caracteriza pelo enfraquecimento do sistema imunológico do corpo, com o organismo mais vunerável ao aparecimento de doenças oportunistas que vão de um simples resfriado a infecções mais graves como tuberculose ou câncer. O próprio tratamento dessas doenças fica prejudicado com a presença do vírus HIV no organismo.
O organismo humano reage diariamente aos ataques de bactérias, vírus e outros micróbios, por meio do sistema imunológico. Muito complexa, essa barreira é composta por milhões de células de diferentes tipos e com diferentes funções, responsáveis por garantir a defesa do organismo e por manter o corpo funcionando livre de doenças.
Entre as células de defesa do organismo humano estão os linfócitos T CD4+, principais alvos do HIV. São esses glóbulos brancos que organizam e comandam a resposta diante de bactérias, vírus e outros micróbios agressores que entram no corpo humano.
O vírus HIV, dentro do corpo humano, começa a atacar o sistema imunológico ligando-se a um componente da membrana dessa célula, o CD4, penetrando no seu interior para se multiplicar. Com isso, o sistema de defesa vai pouco a pouco perdendo a capacidade de responder adequadamente, tornando o corpo mais vulnerável a doenças. Quando o organismo não tem mais forças para combater esses agentes externos, a pessoa começar a ficar doente mais facilmente e então se diz que tem AIDS. Esse momento geralmente marca o início do tratamento com os medicamentos antirretrovirais, que combatem a reprodução do vírus.
Há alguns anos, receber o diagnóstico de AIDS era uma sentença de morte. Mas, hoje em dia, é possível ser soropositivo e viver com qualidade de vida. Basta tomar os medicamentos indicados e seguir corretamente as recomendações médicas. Saber precocemente da doença é fundamental para aumentar ainda mais a sobrevida da pessoa.
Ter o HIV não é a mesma coisa que ter a AIDS. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas, ainda assim, podem transmitir o vírus a outras pessoas
Durante a infecção inicial, uma pessoa pode passar por um breve período doente, com sintomas semelhantes aos da gripe. Normalmente isto é seguido por um período prolongado sem qualquer outro sintoma. À medida que a doença progride, ela interfere mais e mais no sistema imunológico, tornando a pessoa muito mais propensa a ter outros tipos de doenças oportunistas, que geralmente não afetam as pessoas com um sistema imunológico saudável.
Cancro Mole
O cancro mole pode ser chamado de cancro venéreo, mas seu nome mais popular é "cavalo". Provocado pela bactéria Haemophilus ducreyi, é mais frequente nas regiões tropicais, como o Brasil.
A transmissão ocorre pela relação sexual com uma pessoa infectada, sendo o uso da camisinha a melhor forma de prevenção.
Os primeiros sintomas - dor de cabeça, febre e fraqueza - aparecem de dois a 15 dias após o contágio. Depois, surgem pequenas e dolorosas feridas com pus nos órgãos genitais, que aumentam progressivamente de tamanho e profundidade. A seguir, aparecem outras lesões em volta das primeiras.
Após duas semanas do início da doença, pode aparecer um caroço doloroso e avermelhado na virilha (íngua), que pode dificultar os movimentos da perna de andar. Esse caroço pode drenar uma secreção purulenta esverdeada ou misturada com sangue.
Nos homens, as feridas aparecem na cabeça do pênis (glande). Na mulher, ficam na vagina e/ou no ânus. Nem sempre, a ferida é visível, mas provoca dor na relação sexual e ao evacuar.
Na presença de qualquer sinal ou sintoma dessa DST, é recomendado procurar um profissional de saúde, para o diagnóstico correto e indicação do tratamento com antibiótico adequado.
Clamídia e Gonorreia
Clamídia e gonorreia são infecções causadas por bactérias que podem atingir os órgãos genitais masculinos e femininos. A clamídia é muito comum entre os adolescentes e adultos jovens, podendo causar graves problemas à saúde. A gonorreia pode infectar o pênis, o colo do útero, o reto (canal anal), a garganta e os olhos. Quando não tratadas, essas doenças podem causar infertilidade (dificuldade para ter filhos), dor durante as relações sexuais, gravidez nas trompas, entre outros danos à saúde.
Nas mulheres, pode haver dor ao urinar ou no baixo ventre (pé da barriga), aumento de corrimento, sangramento fora da época da menstruação, dor ou sangramento durante a relação sexual. Entretanto, é muito comum estar doente e não ter sintoma algum. Por isso, é recomendável procurar um serviço de saúde periodicamente, em especial se houve sexo sem camisinha. Nos homens, normalmente há uma sensação de ardor e esquentamento ao urinar, podendo causar corrimento ou pus, além de dor nos testículos. É possível que não haja sintomas e o homem transmita a doença sem saber. Para evitar, é necessário o uso da camisinha em todas as relações sexuais.
Por meio da consulta com um profissional de saúde, exame clínico específico e coleta de secreções genitais.
Na presença de qualquer sinal ou sintoma dessas DST, é recomendado procurar um profissional de saúde, para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado, com o uso de antibióticos específicos.
É uma conjuntivite do recém-nascido após contaminação durante o nascimento, com secreções genitais da mãe infectada por clamídia e gonorreia, que não foram tratadas. Surge no primeiro mês de vida e pode levar à cegueira, se não prevenida ou tratada adequadamente.
Sinais e sintomas - Vermelhidão e inchaço das pálpebras e/ou presença de secreção (pus) nos olhos.
Prevenção - Deve ser feita a prevenção em todos os recém-nascidos com um colírio, aplicado na primeira hora após o nascimento ainda na maternidade.
Tratamento - Toda oftalmia neonatal deve receber tratamento imediato para as principais bactérias causadoras (gonococo, causador da gonorreia e clamídia), a fim de prevenir consequências graves, como a cegueira. A mãe e seu(s) parceiro(s) sexuais devem sempre ser avaliados e tratados.
Condiloma acuminado (HPV)
O condiloma acuminado, conhecido também como verruga genital, crista de galo, figueira ou cavalo de crista, é uma DST causada pelo Papilomavírus humano (HPV). Atualmente, existem mais de 100 tipos de HPV - alguns deles podendo causar câncer, principalmente no colo do útero e no ânus. Entretanto, a infecção pelo HPV é muito comum e nem sempre resulta em câncer. O exame de prevenção do câncer ginecológico, o Papanicolau, pode detectar alterações precoces no colo do útero e deve ser feito de rotina por todas as mulheres.
Não se conhece o tempo em que o HPV pode permanecer sem sintomas e quais são os fatores responsáveis pelo desenvolvimento de lesões. Por esse motivo, é recomendável procurar serviços de saúde para consultas periodicamente.
A infecção pelo HPV normalmente causa verrugas de tamanhos variáveis. No homem, é mais comum na cabeça do pênis (glande) e na região do ânus. Na mulher, os sintomas mais comuns surgem na vagina, vulva, região do ânus e colo do útero. As lesões também podem aparecer na boca e na garganta. Tanto o homem quanto a mulher podem estar infectados pelo vírus sem apresentar sintomas.
A principal forma de transmissão desse vírus é pela via sexual, que inclui o contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital. Portanto, a infecção pode ocorrer mesmo na ausência de penetração vaginal ou anal. Para a transmissão, a pessoa infectada não precisa apresentar sintomas, mas quando a verruga é visível, o risco de transmissão é muito maior. O uso da camisinha durante a relação sexual geralmente impede a transmissão do vírus, que também pode ser transmitido para o bebê durante o parto.
Na presença de qualquer sinal ou sintoma dessa DST, é recomendado procurar um profissional de saúde, para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado.
Foram desenvolvidas duas vacinas contra os tipos de HPV mais presentes no câncer de colo do útero. Essa vacina, na verdade, previne contra a infecção por HPV. Mas o real impacto da vacinação contra o câncer de colo de útero só poderá ser observado após décadas. Uma dessas vacinas é quadrivalente, ou seja, previne contra quatro tipos de HPV: o 16 e 18, presentes em 70% dos casos de câncer de colo do útero, e o 6 e 11, presentes em 90% dos casos de verrugas genitais. A outra é bivalente, específica para os subtipos de HPV 16 e 18.
A vacina funciona estimulando a produção de anticorpos específicos para cada tipo de HPV. A proteção contra a infecção vai depender da quantidade de anticorpos produzidos pelo indivíduo vacinado, a presença destes anticorpos no local da infecção e a sua persistência durante um longo período de tempo.
É fundamental deixar claro que a adoção da vacina não substituirá a realização regular do exame de citologia, Papanicolaou (preventivo). Trata-se de mais uma estratégia possível para o enfrentamento do problema e um momento importante para avaliar se há existência de DST.
Para maiores informações sobre a vacinação contra o HPV, informe-se no site do Ministério da Saúde.
Doença Inflamatória Pélvica (DIP)
A doença inflamatória pélvica (DIP) pode ser causada por várias bactérias que atingem os órgãos sexuais internos da mulher, como útero, trompas e ovários, causando inflamações.
Essa infecção pode ocorrer por meio de contato com as bactérias após a relação sexual desprotegida. A maioria dos casos ocorre em mulheres que tem outra DST, principalmente gonorreia e clamídia não tratadas. Entretanto também pode ocorrer após algum procedimento médico local (inserção de DIU - Dispositivo Intra-Uterino, biópsia na parte interna do útero, curetagem).
A DIP manifesta-se por dor na parte baixa do abdômen (no "pé da barriga" ou baixo ventre). Também pode haver secreção vaginal (do colo do útero), dor durante a relação sexual, febre, desconforto abdominal, fadiga, dor nas costas e vômitos. Pode haver evolução para forma grave, com necessidade de internação hospitalar tratamento com antibióticos por via venosa.
Na presença de qualquer sinal ou sintoma dessa DST, é recomendado procurar imediatamente um profissional de saúde, para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado.
Donovanose
É uma infecção causada pela bactéria Klebsiella granulomatis, que afeta a pele e mucosas das regiões da genitália, da virilha e do ânus. Causa úlceras e destrói a pele infectada. É mais frequente no Norte do Brasil e em pessoas com baixo nível socioeconômico e higiênico.
Os sintomas incluem caroços e feridas vermelhas e sangramento fácil. Após a infecção, surge uma lesão nos órgãos genitais que lentamente se transforma em úlcera ou caroço vermelho. Essa ferida pode atingir grandes áreas, danificar a pele em volta e facilitar a infecção por outras bactérias. Como as feridas não causam dor, a procura pelo tratamento pode ocorrer tardiamente, aumentando o risco de complicações.
O tratamento, com uso de antibióticos, deve ser prescrito pelo profissional de saúde após avaliação cuidadosa. Deve haver retorno após término do tratamento para avaliação de cura da infecção. É necessário evitar contato sexual até que os sintomas tenham desaparecidos e o tratamento finalizado.
Hepatites Virais
Grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, a hepatite é a inflamação do fígado. Pode ser causada por vírus, uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. São doenças silenciosas que nem sempre apresentam sintomas, mas quando aparecem podem ser cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
Tipos de hepatites:
Hepatite A
Hepatite B
Hepatite C
Hepatite D
Hepatite E
No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Existem, ainda, os vírus D e E, esse último mais frequente na África e na Ásia. Milhões de pessoas no Brasil são portadoras dos vírus B ou C e não sabem. Elas correm o risco de as doenças evoluírem (tornarem-se crônicas) e causarem danos mais graves ao fígado como cirrose e câncer. Por isso, é importante ir ao médico regularmente e fazer os exames de rotina que detectam a hepatite.
Para saber se há a necessidade de realizar exames que detectem as hepatites observe se você já se expôs a algumas dessas situações:
Contágio fecal-oral: condições precárias de saneamento básico e água, de higiene pessoal e dos alimentos (vírus A e E);
Transmissão sanguínea: praticou sexo desprotegido, compartilhou seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam (vírus B,C e D);
Transmissão sanguínea: da mãe para o filho durante a gravidez, o parto e a amamentação (vírus B,C e D)
No caso das hepatites B e C é preciso um intervalo de 60 dias para que os anticorpos sejam detectados no exame de sangue.
A evolução das hepatites varia conforme o tipo de vírus. Os vírus A e E apresentam apenas formas agudas de hepatite (não possuindo potencial para formas crônicas). Isto quer dizer que, após uma hepatite A ou E, o indivíduo pode se recuperar completamente, eliminando o vírus de seu organismo. Por outro lado, as hepatites causadas pelos vírus B, C e D podem apresentar tanto formas agudas, quanto crônicas de infecção, quando a doença persiste no organismo por mais de seis meses.
As hepatites virais são doenças de notificação compulsória, ou seja, cada ocorrência deve ser notificada por um profissional de saúde. Esse registro é importante para mapear os casos de hepatites no país e ajuda a traçar diretrizes de políticas públicas no setor.
Em grande parte dos casos, as hepatites virais são doenças silenciosas, o que reforça a necessidade de ir ao médico regularmente e fazer os exames de rotina que detectam os vários tipos de hepatites. Geralmente, quando os sintomas aparecem a doença já está em estágio mais avançado. E os mais comuns são:
. Febre;
. Fraqueza;
. Mal-estar;
. Dor abdominal;
. Enjoo/náuseas;
. Vômitos;
. Perda de apetite;
. Urina escura (cor de café);
. Icterícia (olhos e pele amarelados);
. Fezes esbranquiçadas.
Herpes
É uma doença causada por um vírus que, apesar de não ter cura, tem tratamento. Seus sintomas são geralmente pequenas bolhas agrupadas que se rompem e se transformam em feridas. Depois que a pessoa teve contato com o vírus, os sintomas podem reaparecer dependendo de fatores como estresse, cansaço, esforço exagerado, febre, exposição ao sol, traumatismo, uso prolongado de antibióticos e menstruação. Em homens e mulheres, os sintomas geralmente aparecem na região genital (pênis, ânus, vagina, colo do útero).
O herpes genital é transmitido por meio de relação sexual (oral, anal ou vaginal) sem camisinha com uma pessoa infectada. Em mulheres, durante o parto, o vírus pode ser transmitido para o bebê se a gestante apresentar lesões por herpes. Por ser muito contagiosa, a primeira orientação dada a quem tem herpes é uma maior atenção aos cuidados de higiene: lavar bem as mãos, evitar contato direto das bolhas e feridas com outras pessoas e não furar as bolhas.
Essa doença é caracterizada pelo surgimento de pequenas bolhas na região genital, que se rompem formando feridas e desaparecem espontaneamente. Antes do surgimento das bolhas, pode haver sintomas como formigamento, ardor e coceira no local, além de febre e mal-estar. As bolhas se localizam principalmente na parte externa da vagina e na ponta do pênis. Após algum tempo, porém, o herpes pode reaparecer no mesmo local, com os mesmos sintomas.
Na presença de qualquer sinal ou sintoma dessa DST, é recomendado procurar um profissional de saúde, para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado. Não furar as bolhas e não aplicar pomadas no local sem recomendação profissional.
Infecção pelo Vírus T-linfotrópico humano (HTLV)
A doença é causada pelo vírus T-linfotrópico humano (HTLV), que infecta as células de defesa do organismo, os linfócitos T. O HTLV foi o primeiro retrovírus humano isolado (no início da década de 1980) e é classificado em dois grupos: HTLV-I e HTLV-II.
A transmissão desse vírus se dá pelo sexo sem camisinha com uma pessoa infectada, compartilhamento de seringas e agulhas durante o uso de drogas e da mãe infectada para o recém-nascido (também chamado de transmissão vertical), principalmente pelo aleitamento materno. Evitar a doença não é difícil. Basta usar camisinha em todas as relações sexuais e não compartilhar seringa, agulha e outro objeto cortante com ninguém. O preservativo está disponível gratuitamente na rede pública de saúde. Caso não saiba onde retirar a camisinha, ligue para o Disque Saúde (136).
A maioria dos indivíduos infectados pelo HTLV não apresentam sintomas durante toda a vida. Mas um pequeno grupo dos infectados pode desenvolver manifestações clínicas graves, como alguns tipos de câncer, além de problemas musculares (polimiosite), nas articulações (artropatias), nos pulmões (pneumonite linfocítica), na pele (dermatites diversas), na região ocular (uveíte), além da síndrome de Sjögren, doença autoimune que destrói as glandulas que produzem lágrima e saliva.
Como o risco do desenvolvimento da doença associado ao HTLV é muito baixo, não há tratamento específico para a infecção. O paciente deve ser acompanhado em serviço de saúde especializado, para diagnosticar e tratar precocemente doenças que podem estar associadas.
Linfogranuloma Venéreo
É uma infecção crônica causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, que atinge os genitais e os gânglios da virilha.
A transmissão do linfogranuloma venéreo ocorre pelo sexo desprotegido com uma pessoa infectada. Por isso, é preciso usar camisinha sempre e cuidar da higiene íntima após a relação sexual.
Os primeiros sintomas aparecem de 7 a 30 dias após a exposição à bactéria. Primeiro, surge uma ferida ou caroço muito pequeno na pele dos locais que estiveram em contato com essa bactéria (pênis, vagina, boca, colo do útero e ânus) que dura, em média, de três a cinco dias. É preciso estar atento às mudanças do corpo, pois essa lesão, além de passageira, não é facilmente identificada. Entre duas a seis semanas após a ferida, surge um inchaço doloroso dos gânglios da virilha. Se esse inchaço não for tratado rápido, pode piorar e formar feridas com saída de secreção purulenta, além de deformidade local. Podem haver, também, sintomas gerais como dor nas articulações, febre e mal estar.
Na presença de qualquer sinal ou sintoma dessa DST, é recomendado procurar um profissional de saúde, para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado, que consiste em uso de antibióticos por tempo determinado.
Sífilis e Sífilis Congênita
É uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum. Podem se manifestar em três estágios. Os maiores sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, período em que a doença é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar sintoma e, por isso, dá a falsa impressão de cura da doença.
Todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o teste para diagnosticar a sífilis, principalmente as gestantes, pois a sífilis congênita pode causar aborto, má formação do feto e/ou morte ao nascer. O teste deve ser feito na 1ª consulta do pré-natal, no 3º trimestre da gestação e no momento do parto (independentemente de exames anteriores). O cuidado também deve ser especial durante o parto para evitar sequelas no bebê, como cegueira, surdez e deficiência mental.
A sífilis pode ser transmitida de uma pessoa para outra durante o sexo sem camisinha com alguém infectado, por transfusão de sangue contaminado ou da mãe infectada para o bebê durante a gestação ou o parto. O uso da camisinha em todas as relações sexuais e o correto acompanhamento durante a gravidez são meios simples, confiáveis e baratos de prevenir-se contra a sífilis.
Os primeiros sintomas da doença são pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços nas virilhas (ínguas), que surgem entre a 7 e 20 dias após o sexo desprotegido com alguém infectado. A ferida e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus. Mesmo sem tratamento, essas feridas podem desaparecer sem deixar cicatriz. Mas a pessoa continua doente e a doença se desenvolve. Ao alcançar um certo estágio, podem surgir manchas em várias partes do corpo (inclusive mãos e pés) e queda dos cabelos.
Após algum tempo, que varia de pessoa para pessoa, as manchas também desaparecem, dando a ideia de melhora. A doença pode ficar estacionada por meses ou anos, até o momento em que surgem complicações graves como cegueira, paralisia, doença cerebral e problemas cardíacos, podendo, inclusive, levar à morte.
Quando não há evidencia de sinais e ou sintomas, é necessário fazer um teste laboratorial. Mas, como o exame busca por anticorpos contra a bactéria, só pode ser feito trinta dias após o contágio.
Recomenda-se procurar um profissional de saúde, pois só ele pode fazer o diagnóstico correto e indicar o tratamento mais adequado, dependendo de cada estágio. É importante seguir as orientações médicas para curar a doença.
Sífilis congênita
É a transmissão da doença de mãe para filho. A infecção é grave e pode causar má-formação do feto, aborto ou morte do bebê, quando este nasce gravemente doente. Por isso, é importante fazer o teste para detectar a sífilis durante o pré-natal e, quando o resultado é positivo, tratar corretamente a mulher e seu parceiro. Só assim se consegue evitar a transmissão da doença.
A sífilis congênita pode se manifestar logo após o nascimento, durante ou após os primeiros dois anos de vida da criança. Na maioria dos casos, os sinais e sintomas estão presentes já nos primeiros meses de vida. Ao nascer, a criança pode ter pneumonia, feridas no corpo, cegueira, dentes deformados, problemas ósseos, surdez ou deficiência mental. Em alguns casos, a sífilis pode ser fatal.
O diagnóstico se dá por meio do exame de sangue e deve ser pedido no primeiro trimestre da gravidez. O recomendado é refazer o teste no 3º trimestre da gestação e repeti-lo logo antes do parto, já na maternidade. Quem não fez pré-natal, deve realizar o teste antes do parto. O maior problema da sífilis é que, na maioria das vezes, as mulheres não sentem nada e só vão descobrir a doença após o exame.
Quando a sífilis é detectada, o tratamento deve ser indicado por um profissional da saúde e iniciado o mais rápido possível. Os parceiros também precisam fazer o teste e ser tratados, para evitar uma nova infecção da mulher. No caso das gestantes, é muito importante que o tratamento seja feito com a penicilina, pois é o único medicamento capaz de tratar a mãe e o bebê. Com qualquer outro remédio, o bebê não estará sendo tratado. Se ele tiver sífilis congênita, necessita ficar internado para tratamento por 10 dias. O parceiro também deverá receber tratamento para evitar a reinfecção da gestante e a internação do bebê.
Todos os bebês devem realizar exame para sífilis independentemente dos exames da mãe. Os bebês que tiverem suspeita de sífilis congênita precisam fazer uma série de exames antes de receber alta.
Tricomoníase
É uma infecção causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis. Nas mulheres, ataca o colo do útero, a vagina e a uretra, e nos homens, o pênis.
A doença pode ser transmitida pelo sexo sem camisinha com uma pessoa infectada. Para evitá-la, é necessário usar camisinha em todas as relações sexuais (vaginais, orais ou anais). É a forma mais simples e eficaz de evitar uma doença sexualmente transmissível.
Os sintomas mais comuns são dor durante a relação sexual, ardência e dificuldade para urinar, coceira nos órgãos sexuais, porém a maioria das pessoas infectadas não sente alterações no organismo.
Na presença de qualquer sinal ou sintoma dessa DST, é recomendado procurar um profissional de saúde, para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado. Os parceiros também precisam de tratamento, para que não haja nova contaminação da doença.
Candidíase
A candidíase é uma infecção fúngica que pode afetar áreas tais como a pele, órgãos genitais, garganta, boca e sangue.
Esta doença é geralmente causada pelo fungo Candida Albicans que convive normalmente em sua pele e geralmente não faz mal algum.
Todos nós carregamos este organismo em nossa pele, na boca, em nosso intestino e no caso das mulheres, na vagina.
Ocasionalmente, o fungo se multiplica ou fermenta incontrolavelmente, causando dor e inflamação.
A Candidíase pode afetar a pele. Isto inclui a superfície externa da pele e a pele da vagina, o pênis, e a boca. A candidíase também pode infectar o fluxo de sangue ou órgãos internos tais como o fígado e baço.
De longe, os problemas mais comuns são pele, boca e infecções vaginais. Também é uma causa comum de assaduras. Estas podem ser infecções incômodas, mas não são uma ameaça à vida.
Candidíase pode matar se atingir a corrente sanguínea ou órgãos vitais, como o coração, mas isso é raro, mesmo em pessoas com sistemas imunológicos fracos e é quase desconhecido em pessoas saudáveis.
No entanto, a candidíase é um incômodo constante, e às vezes uma séria ameaça para as pessoas com AIDS e alguns pacientes com câncer que não têm um sistema imunológico forte suficiente para combater a doença.
Você não pega a candidíase. O fungo já está em seu corpo. Uma série de fatores pode aumentar a chance do fungo crescer fora de controle. A principal causa é o uso excessivo de antibióticos.
O fungo precisa lutar pelo direito de viver em nosso corpo com vários outros organismos, muitos deles bactérias. Estas bactérias, que vivem na pele, no intestino e na vagina, entre outros lugares, são inofensivas, mas são boas no combate aos fungos.
Quando tomamos antibióticos para lidar com a bactéria menos amigável, podemos matar esses organismos inofensivos também. O fungo, que não é afetado por antibióticos, muda-se para as áreas antes ocupadas por bactérias e começa a crescer e se multiplicar.
Esteroides e alguns medicamentos para o câncer enfraquecem o sistema imunológico e podem permitir que o fungo floresça. As infecções da Candida Albicans na boca (conhecido como candidíase oral) na maioria das vezes se desenvolve em pessoas com doenças como câncer e AIDS.
Elas também podem se desenvolver em pessoas com diabetes ou em pessoas que têm irritação com o uso prolongado de dentaduras. Tomar pílulas anticoncepcionais aumenta suas chances de obter a candidíase vaginal. O clima quente e roupas apertadas também são fatores de risco, como eles criam o ambiente ideal para a cândida.
Outras condições que tendem a encorajar a candidíase incluem obesidade e gravidez. O fungo geralmente infecta áreas onde a pele entra em contato com a pele.
Pessoas muito acima do peso têm mais dobras em sua pele. Elas também suam mais e a Candida albicans aprecia a pele úmida.
A gravidez causa obesidade temporária e pode enfraquecer o sistema imunológico, aumentando o risco de infecções fúngicas.
Especialistas discordam sobre a questão da transmissão sexual. Algumas pesquisas sugerem que é muito improvável para uma mulher infectada passar candidíase para o homem. Por outro lado, não é improvável que um homem possa passar a candidíase de volta ao seu parceiro depois dele contrai a doença, pois a candidíase pode ser recorrente no homem.
Uma pesquisa recente identificou Candida albicans no esperma de homens cujos parceiros tinham sofrido de infecções fúngicas recorrentes. Você deve estar ciente desta possibilidade, se a candidíase continuar voltando.
A candidíase da pele aparece como uma mancha avermelhada e com coceira, muitas vezes apresentando vazamento de fluido.
Crostas e pústulas podem ser vistas ao redor da borda da erupção. São normalmente encontradas em áreas como a virilha, as dobras das nádegas, entre os seios, dedos dos pés, dedos das mãos e no umbigo.
A candidíase vaginal pode resultar em um vazamento lento de uma substância espessa e branca. A vagina pode coçar ou queimar, especialmente durante a micção ou sexo. Dor ou desconforto durante a relação sexual é comum.
A micose de unha é a candidíase nas unhas. Ela atinge pessoas cujas mãos estão sempre na água. Às vezes apresenta-se de forma avermelhada e com uma área inchada dolorosa ao redor da unha. Nos piores casos, a unha pode separar, revelando uma camada branca ou amarelada.
A candidíase oral provoca manchas brancas com aspecto de coalhada no interior da boca, na língua, no palato e ao redor dos lábios. Ela também pode causar áreas avermelhadas com rachaduras e humidade nos cantos da boca. Esta forma de candidíase pode ou não ser dolorosa.
A candidíase peniana é rara, mas pode causar uma ponta avermelhada, inchada e dolorosa.
Para fazer um diagnóstico o médico irá perguntar sobre sua dieta e uso recente de antibióticos ou medicamentos que podem enfraquecer o sistema imunológico. O médico também levará em consideração qualquer história de diabetes, câncer, HIV ou outras doenças crônicas.
A candidíase é fácil de identificar. O fungo pode ser visto sob um microscópio depois de ter sido raspado na área afetada. Porém como o fungo normalmente já está na pele, o seu médico vai querer ter certeza de que é a candida causando o problema e não outra doença. O aparecimento da erupção cutânea pode ser o suficiente.
A Candidíase não é normalmente uma doença perigosa, exceto em casos raros em que entra na corrente sanguínea e se espalha para órgãos vitais de pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos.
Medicamentos para Candidíase
Para a infecção da pele, o seu médico pode recomendar um creme antifúngico ou pó, ou prescrever uma pílula anti-fúngo. Para infecções vaginais, o tratamento consiste em medicamentos anti-fúngicos que são administrados diretamente na vagina na forma de comprimidos, cremes, pomadas ou supositórios, ou administrados por via oral (por exemplo, o fluconazol).
Para candidíase oral, uma suspensão de medicamento antifúngico pode ser aplicada na boca e engolida, ou às vezes o médico terá que dissolver uma pastilha na boca.
Para os casos graves, pode ser necessária medicação antifúngica tomado por via oral durante vários dias. Fale com o seu farmacêutico – você pode comprar muitos dos cremes e produtos em pó destinados à infecções menores sem receita médica.
Aqui estão algumas dicas de higiene para ajudar a prevenir a candidíase vaginal:
Estas precauções também podem ajudar a prevenir a candidíase:
Vaginose Bacteriana
A vaginose bacteriana ou”VB” é uma infecção vaginal causada pelo crescimento exagerado de uma bactéria anaeróbica e de um organismo chamado Gardnerella vaginalis. “Anaeróbica” significa que a bactéria não precisa de oxigênio para crescer ou sobreviver. Pequenas quantidades dessa bactéria anaeróbica e da Gardnerella podem ser normalmente encontradas na vagina. Vaginose bacteriana ocorre quando o equilíbrio entre os organismos da vagina é alterado, e a bactéria anaeróbica cresce de maneira exagerada. Assim, a bactéria Lactobacilli, boa e protetora para a vagina, tem seu número ultrapassado e não é capaz de fazer seu trabalho usual, agindo como um desinfetante natural e ajudando a manter o equilíbrio normal e saudável dos organismos da vagina. Quando isso acontece, uma infecção se inicia.
A causa exata do crescimento bacteriano exagerado é desconhecida. A maioria dos especialistas acredita que a VB não ocorre em mulheres que não são sexualmente ativas, e pesquisadores demonstraram que ela é mais comum em mulheres com múltiplos parceiros. Vaginose bacteriana pode ocorrer também após uma relação sexual com um novo parceiro e após uma ducha vaginal. Mulheres lésbicas também têm vaginose bacteriana, e até mulheres que nunca foram sexualmente ativas também podem apresentar vaginose bacteriana.
É fato que 50-75% das mulheres que têm vaginose bacteriana não apresentam nenhum sintoma, mas aquelas que têm sintomas geralmente se queixam de um cheiro vaginal de peixe ou de um fino corrimento esbranquiçado ou acinzentado. O corrimento pode ser leve ou forte. O cheiro pode piorar próximo ao período menstrual ou após relação sexual desprotegida. Quando o sêmen (esperma masculino) se mistura com as secreções vaginais, o cheiro fica forte. Sintomas muito comuns incluem: prurido vaginal, vermelhidão e dor com a relação sexual.
Seu médico pode notar corrimento vaginal ou odor forte durante o seu exame pélvico de rotina e, então, realizar um teste dos fluidos vaginais para verificar se o corrimento vaginal tem vaginose bacteriana ou outro tipo de infecção vaginal. Se você apresentar vaginose bacteriana, seu médico lhe dará uma receita para tratá-la.
O único jeito de diagnosticar vaginose bacteriana é pelo exame médico e análise do corrimento vaginal. Seu médico usará um cotonete para retirar um pouco de amostra de seu corrimento vaginal. Ele poderá medir a acidez do corrimento com um papel que mede o pH. Se sua vagina estiver menos ácida do que o normal (pH maior do que 4.5), pode ser um sinal de que você está com vaginose bacteriana. Seu médico poderá olhar a amostra sob o microscópio. Se a bactéria normal (lactobacilli) não estiver presente, mas muitas “clue cells” (células do epitélio vaginal que são revestidas com a bactéria) estiverem presente, é provável que você tenha vaginose bacteriana. Seu médico irá verificar se você tem pelo menos 3 dos 4 sintomas a baixo:
Há também alguns exames especiais no consultório que podem ajudar a fazer o diagnóstico.
Se você apresentar vaginose bacteriana, seu médico provavelmente receitará a você um creme vaginal com aplicador ou um comprimido que você tomará via oral. Você deverá avisar para o médico sobre outros medicamentos que você estiver tomando. Se você usar o gel ou creme vaginal , você não poderá usar absorvente durante o tratamento, porque ele irá absorver a medicação e fará com que ela seja menos efetiva. Metronidazol ou clindamicina são dois antibióticos usados no tratamento da vaginose bacteriana. Ambas medicações são efetivas, mas você precisa ter certeza que irá tomar TODO o remédio para que ele funcione. Muitas mulheres escolhem o gel vaginal, porque os comprimidos podem causar náuseas e hálito metálico. Outras preferem a medicação oral porque elas não se sentem confortáveis em colocar um creme na vagina. Ambos ajudam a tratar a VB.
Infelizmente, a vaginose bacteriana frequentemente volta mesmo que você tome todas as suas medicações e siga os conselhos do seu médico. Se seus sintomas retornarem, consulte seu médico. Você precisará ser tratada duas vezes por semana por um período mais longo.
A vaginose bacteriana poderá aumentar suas chances de contrair uma infec&c